Faleceu a 2 de Abril de 2024, Maryse Condé, nascida em 1934 na Guadalupe. Foi uma escritora francófona de renome internacional. A sua obra, composta por mais de 70 livros, abrange romances, contos, ensaios e peças de teatro, explorando temas como a história e a cultura africana, a identidade caribenha, o colonialismo, a escravidão e a condição feminina.
A autora também se dedicou à exploração da identidade feminina, questionando as normas patriarcais e as desigualdades de género. Em romances como “Une saison à l’étranger” (1980) e “La Desirée” (1997), Condé retrata as lutas e conquistas de mulheres negras em diferentes contextos sociais e históricos.
Condé cedo se destacou como uma voz singular na literatura francesa, desafiando as normas e cânones tradicionais. A sua escrita, caracterizada por uma linguagem poética e rica em detalhes históricos, tece uma narrativa complexa e multifacetada da experiência afro-caribenha.
Em obras como “Ségou” (1984-1985), uma saga épica que retrata a vida no reino africano homónimo durante o século XIX, ou “Moi, Tituba, sorcière noire de Salem” (1986), que reinterpreta a história da escrava Tituba acusada de bruxaria nos julgamentos de Salem, Condé dá voz aos marginalizados e silenciados pela história oficial.
Com um estilo literário único e uma visão crítica do mundo, Maryse Condé contribuiu significativamente para o panorama literário francófono e para a valorização da cultura afro-caribenha. A sua obra, traduzida em mais de 20 línguas, continua a inspirar e emocionar leitores em todo o mundo.
Alguns dos seus prémios mais importantes:
– Prémio Noma de Literatura Africana (1987)
– Prémio Puterbaugh de Literatura Francofónica (1993)
– Prémio New Academy Prize in Literature (2018)
Distinguida no ano de 2018 com o Prémio New Academy – considerado o «Nobel alternativo» –, a autora foi também a mais velha nomeada para o Prémio Booker Internacional, precisamente graças a O Evangelho do Novo Mundo, obra escrita em homenagem a José Saramago. «Neste que assumiu como o seu último livro, Maryse Condé quis reunir as suas grandes lutas e prestar tributo a figuras que marcaram o seu percurso – na literatura, na defesa da liberdade e dos direitos da mulheres, na crítica ao colonialismo –, incitando a uma reflexão sobre como fazer deste um mundo mais justo e harmonioso. Deixa-nos com uma mensagem de esperança», sublinha São José Sousa, editora da Livros do Brasil.
Outras obras importantes:
– “Hérémakhonon” (1976)
– “Traversée de la mangrove” (1989)
– “La Cerda” (1992)
– “Le Coeur à rire” (1999)
LEGADO DE MARYSE CONDÉ
Maryse Condé faleceu em 2024, deixando um legado literário de grande importância. A sua obra continuará a ser uma referência para as futuras gerações de escritores e escritoras, e um testemunho crucial da história e da cultura afro-caribenha.
Maryse Condé é autora de uma vasta obra, que inclui romances, peças de teatro, literatura para a infância, ensaios e textos autobiográficos. Doutorada em Literatura Comparada pela Sorbonne, em Paris, teve uma importante carreira académica, não só em França, mas também nos EUA, onde lecionou literatura francófona em universidades como Harvard e Columbia.
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