Pergunte-se a qualquer portuense, mesmos aos mais viajados, qual a cidade mais bonita do mundo e dirão, sem hesitar, que é a sua: o Porto, no norte de Portugal. Se tivéssemos de definir a cidade numa curta frase diríamos que: o Porto é! Tão simplesmente isso! O Porto é. É simples, é autêntico, é carismático, é hospitaleiro, é acolhedor, é histórico, é romântico, apaixonante e divertido. O Porto é… um porto de abrigo!
GUIA DE 48 HORAS NA CIDADE DO PORTO
Acompanhando o Douro, a cidade espraia-se até ao oceano Atlântico. mostrando os seus edifícios históricos, a área classificada como Património da Humanidade, pela UNESCO, seis pontes que cruzam o rio e um Parque da Cidade, que é o único com frente marítima na Europa. A cidade carrega a história do Vinho do Porto e renovou-se para o turismo, mantendo o seu fator Histórico e abrindo os seus monumentos aos turistas.
Como começar a visita? De forma a ter uma vista geral sobre a cidade, a primeira sugestão é subir ao topo da Torre dos Clérigos. Num dia de céu azul, em que a vista é melhor, pode subir os 240 degraus, para poder apreciar as ruas estreitas que rodeiam esta vetusta área, num monumento do arquiteto Nicolau Nasoni.
E é dali de cima que se veem outros pontos, como a Livraria Lello & Irmão, que está a poucos metros. Aquela que foi considerada uma das mais belas livrarias do mundo, tem a escadaria vermelha à espera de quem gosta de ler. E mesmo em frente, da Torre dos Clérigos, está o Centro Português de Fotografia. Outrora uma prisão – onde estiveram encarcerados políticos, escritores e outras individualidades, mais ou menos conhecidas – o edifício virou a “casa” da Fotografia e um espaço museológico que acolhe exposições temporárias e permanentes.
Sendo a Torre dos Clérigos um ponto de partida fácil de escolher é, depois, difícil selecionar os passos seguintes para visitar a cidade: prefere ir de imediato para junto do rio ou ver a vista dele primeiro? A sugestão é irmos para perto – no Porto, tudo é perto! – para descobrir um dos jardins mais bonitos da cidade: o Palácio de Cristal! E que tem uma vista deslumbrante sobre o rio Douro, acompanhando o seu serpentear até à foz.
Se estiver bom tempo usufrua de todos os espaços que o jardim também – pode até fazer um piquenique, tendo em conta que patos e pavões fazem parte dos animais que passeiam livremente pelo espaço verde – e se estiver mau tempo… basta descer um pouco mais para visitar o Museu Romântico. O edifício no meio do Palácio de Cristal é agora uma sala de espetáculos e tornou-se também o mais recente miradouro, com visitas guiadas até ao topo.
Agora, sim, está o visitante do Porto preparado para ir descendo até à estação de comboios, também ela considerada uma das mais bonita do mundo, devido aos seus painéis de azulejos, que contam episódios importantes da História de Portugal. A Estação de São Bento é, por si só, um ponto de paragem de fotografia obrigatória.
Na paragem para almoço, aproveite para provar a francesinha. Quem é de fora, olha para a mega sanduíche e diz “como é possível vocês conseguirem comer tudo?!”. Mas acredite, caro turista, que para calcorrear os altos e baixos da cidade vai precisar desta dose extra. O molho picante é o toque final, mas se quiser pode pedir à parte. No inverno, o conselho gastronómico pode ir também para as tripas à Moda do Porto, um cozido à portuguesa ou filetes de polvo com arroz do mesmo… Isto se não quiser escolher uma das “mil e uma” receitas de bacalhau, que existem nas ementas dos restaurantes da cidade do Porto.
A partir de São Bento, avista-se para a imponente Catedral do Porto. E, ao lado, percorremos a ponte Luís I – atenção ao Metro, que passa também lá – e temos a melhor vista sobre o Douro. O fim do dia poderá ser melhor do outro lado da ponte: no Jardim do Morro ou na Serra do Pilar, ambos do lado de Vila Nova de Gaia, conhecidos como pontos para assistir ao deslumbrante pôr do sol.
Ao voltar para o centro do Porto, passeie por Santa Catarina e – apesar de ainda estar em obras e num espaço que não é o seu de origem – passe no Mercado do Bolhão para apreciar os produtos regionais: as conservas, os queijos, frutas e legumes e os peixes e carnes. Nesse percurso, o Café Majestic é também ponto de paragem para se fazer uma quase-viagem-no-tempo, já que manteve o estilo dos anos 20, da Bélle Époque, e o glamour de outros tempos. É onde um café e uma rabanada – ou outro doce, como o pastel de nata – pode ser um bom aconchego, depois de alguns quilómetros a andar pela cidade. Aqui perto estão duas igrejas cujos painéis de azulejos encantam todos: a Capela das Almas, que cruza com a rua de Santa Catarina e Fernandes Tomás, e a Igreja de Santo Ildefonso com mais de 11 mil azulejos na fachada.
VEJA AQUI: ALOJAMENTOS NO PORTO –
HOTÉIS JUNTO DO RIO DOURO
Ao jantar, a escolha pode ser difícil: desde os restaurantes tradicionais, aos mais modernos, da cozinha internacional, aos Estrela Michelin, o Porto é, sem dúvida, um destino gastronómico. E se quiser ficar pela Baixa da cidade há muita mais oferta. Para quem gosta de assistir a um espetáculo, consulte a agenda do Coliseu do Porto, do Teatro Rivoli, do Teatro Nacional São João ou ainda da Casa da Música, para sentir a Cultura que chega à cidade.
E porque a sugestão do pôr do sol já foi dada, mas em Vila Nova de Gaia, é do lado do Porto que o Jardim das Virtudes se enche por um público fiel que se senta e fica a contemplar o sol a pôr-se no mar.
A diversão noturna começa na Baixa onde muitos bares, principalmente na área em volta das Galerias de Paris, têm propostas diferentes: um cocktail, um copo de vinho ou a simples cerveja, que aqui se chama de “fino”. Além de bares, há discotecas onde pode treinar os seus passos de dança.
SEGUNDO DIA NA CIDADE DO PORTO
E deixamos a Ribeira, as caves e o Vinho do Porto para o segundo dia deste roteiro. Se está com dificuldade em procurar um hotel… pode ser um bom pretexto para acordar e, ao abrir as cortinas da janela, estar já com os olhos no rio Douro. Ficar alojado na Ribeira do Porto é estar numa área que é protegida, repleta de História, classificada como Património Cultural da Humanidade, pela UNESCO, desde 1996.
Se ficar pela Ribeira, será também mais fácil embarcar num dos Cruzeiros que fazem o percurso das Seis Pontes. Aquele que faz reviver os tempos em que o Vinho do Porto era transportado nos barcos típicos – os Rabelos – e, aqui, leva-nos a descobrir as margens do rio até à Foz do Douro.
É possível fazer 48 horas no Porto, sem ir a Vila Nova de Gaia? É! Mas, para qualquer turista torna-se obrigatório ir visitar as Caves onde está um dos néctares mais conhecidos do mundo inteiro: o Vinho do Porto! São inúmeras as caves e todas primam por mostrar o processo de produção e dão a provar este vinho, cujas uvas nascem numa outra área classificada pela UNESCO: o Alto Douro Vinhateiro, que fica a cerca de uma hora, de carro, do Porto.
Na Ribeira, cada canto tem uma História: desde as Invasões Francesas, aos Descobrimentos, e ligadas a diferentes reis portugueses. Aqui, poderá visitar o Museu da Cidade – Casa do Infante, que conta a História local, e ficar a conhecer a deslumbrante Igreja de São Francisco, que é Monumento Nacional. Aqui, está também o Palácio da Bolsa, com salas de nos deixar deslumbrados, de tão bonitas que são.
Também a partir da Ribeira, fazemos uma outra viagem (no tempo) até à Foz do Douro: vamos de elétrico, um transporte tradicional. E já agora uma curiosidade: foi o Porto, a primeira cidade da Península Ibérica a ter elétricos a circularem nas ruas.
Chegados à Foz do Douro, parece que nos surge outra cidade, voltada para o mar e mesmo a arquitetura é diferente, quando saímos junto do Jardim do Passeio Alegre.
O elétrico pára e podemos fazer a pé toda a marginal, junto do mar, onde inúmeras esplanadas (também com salas interiores, e preparadas para os dias frios no Porto) onde se sugere fazer a paragem para almoço.
Não muito longe, fica o renomado Museu de Serralves – sempre com novas exposições – um espaço cultural que merece uma visita por diversas razões, desde os seus bonitos e amplos jardins e também pelo interesse cultural e arquitetónico.
Se for visitar a cidade com tempo quente, o melhor é sair, já de manhã, com o fato de banho vestido. As praias do Porto são convidativas e estendem-se até à frente marítima do Parque da Cidade (e pode visitar o Forte S. Francisco Xavier, mais conhecido como Castelo do Queijo): que é outro local perfeito para acabar o dia e ver o pôr do sol. É natural que acabe este dia a pensar… “devia ter ficado mais tempo no Porto!” E a cidade, a quem chamam de Invicta, espera pelo seu regresso!
Mais dicas sobre a cidade do Porto, aqui, e mais sugestões de viagens no MulheresEmViagem.pt.
