Esta é a história de Paula Bollinger* e de quando o médico lhe disse que tinha dois meses para mudar… se queria viver. Em 2020, percebe que uma bactéria (que se tornou cancerígena) lhe tinha atacado o estômago, e recebe a notícia que tinha de mudar de vida em dois meses. Tudo isso a fez repensar tudo à sua volta e toda a sua alimentação. Não baixou os braços e foi estudar Nutrição. E, enquanto aprendia, ia também tratando melhor do seu corpo. Resultado: é, hoje, Health Coach em Nutrição Integrativa, certificada em Medicina Funcional, e a completar uma pós-graduação em Saúde Hormonal. Tornou-se num exemplo de resiliência e há uma parte da história em que o próprio médico lhe diz: “Paula, foste tu que te curaste!”. Esta história é contada na primeira pessoa.
Por, Paula Bollinger*
Em fevereiro de 2020, longe do meu marido e da minha filha de 2 anos de idade, que estavam em França, devido ao trabalho dele (professor universitário e investigador na área de Comportamento Organizacional) para realizar o meu sonho de voltar a trabalhar em televisão, um certo dia encontrava-me no meu apartamento em Lisboa, sozinha, quando senti uma dor no alto do estômago tão forte que me deixou com dificuldades de respirar, precisando deitar no chão para tentar acalmar o sintoma.
Dias depois fui ao gastroenterologista, fiz uma série de exames com urgência e, a sensação que a notícia não seria boa era latente dentro de mim. Fui a uma nova consulta sozinha, nessas horas não gosto de ninguém perto de mim, prefiro ouvir a verdade, seja qual for, nua e crua, acho que me faz mais forte quando há tempestade.
Sorte a minha ter um médico direto, sem rodeios! Nunca vou esquecer as suas palavras: “Paula, o teu estômago está totalmente comprometido, a bactéria é cancerígena e temos dois meses no máximo para mudar esta situação”.
O meu corpo ficou tão quente naquele momento, paralisei, não conseguia dizer nada, só vinha a minha filha aos meus pensamentos! Anos a tentar engravidar e agora que tinha a minha milagrezinha, corria o risco de deixá-la sozinha, sem mãe. E foi nesse mesmo pensamento que “desparalizei” e ouvi atentamente tudo o que precisava fazer. A primeira coisa seria mudar a alimentação, fazer mais exames e um tratamento com medicamentos agressivos.
Saí do hospital e lembro-me de dar duas voltas ao redor dele antes de ligar ao meu marido, precisava estar calma. Não seria justo deixá-lo preocupado à distância.
Comecei o tratamento, no entanto, veio o primeiro confinamento e precisei largar tudo para ir para França. Não conseguiria fazer nenhum exame, nem prosseguir o tratamento, estava “sozinha”, por minha conta. Poderia naquele momento procurar uma Nutricionista, mas resolvi que aquele era “o meu momento” e decidi voltar para a faculdade. Me matriculei no curso à distância de Técnica Superior em Nutrição e Dietética, e comecei a aprender como funcionava o nosso sistema digestivo, a junção dos alimentos certos para desinflamar, desintoxicar e fortalecer o sistema imunitário, e etc.
Em paralelo descobri o Health Coaching e mergulhei nele, expliquei a minha situação à IIN (Institute of Integrative Nutrition) que é considerada a melhor instituição nessa área há 20 anos e, eles me ofereceram uma bolsa de estudo com o apoio direto de grandes médicos, como o Dr. Mark Hyman (US), o Dr. Frank Lipman (US), e a Dra. Libby Weaver (Austrália).
Passaram-se os dois meses e as dores já tinham diminuído, mas não me sentia 100%. Em julho, abriram as fronteiras e conseguimos ir a Portugal. Fiz os exames pendentes. A boa noticia é que, graças à mudança na minha alimentação, não haviam surgido mais tumores. A má notícia, é que a bactéria estava ainda extremamente ativa, a vesícula tinha já sido comprometida pelo tumor e o esófago estava em risco.
Iniciei um novo tratamento para erradicar a bactéria, mas o médico não tinha esperanças que fosse erradicada na primeira fase. Ou seja, o objetivo era enfraquecê-la na primeira toma e erradicá-la na segunda.
Expliquei-lhe que tinha me graduado em tempo recorde em Health Coach em Nutrição Integrativa e que estava a estudar Nutrição, ao que ele respondeu: “Então seja a sua própria paciente e coloque tudo o que aprendeu em prática, a sua batalha não chegou nem a meio.”
Ele tinha razão, os dois meses seguintes fui ao inferno e voltei! Os efeitos secundários do tratamento tiraram toda a minha energia, provocaram vômitos, enxaquecas de dias seguidos, digestão lentíssima, dores no estômago de não conseguir me mexer. E, em meio a aquele pesadelo, entre muito choro e medo, o abraço do meu marido e os beijinhos da minha filha foram a minha força para sair todos os dias da cama e estudar sem parar, ir para a cozinha e criar receitas, shots, smoothies e elixires para a minha cura.
Fiz o exame para saber se a bactéria tinha enfraquecido em França, uma semana depois quando chegou por correio o resultado não podia acreditar, tinha erradicado por completo!!! A taxa para erradicação era de 2,5%, o meu exame veio com 0,10%. Eu estava curada, iria ver a minha filha, a minha linda milagrezinha, crescer bem grudadinha a mim, que sensação maravilhosa!
Mas, maravilhoso foi ouvir o meu médico: “Paula, foste tu que te curaste!”. Em breve, terei que retirar a vesícula, mas o esôfago está completamente fora de perigo.
Hoje, livre e curada, vivo em França com a minha família e dou consultas online de Health Coaching em Nutrição Integrativa. Já terminei o meu curso de Técnica Superior em Nutrição e Dietética. Fui premiada com o certificado em Medicina Funcional em Health Coaching, pelo Instituto de Medicina Funcional dirigido pelo Dr. Mark Hyman e tornei-me um case study dele.
Estou a fazer uma pós-graduação em Saúde Hormonal para ajudar as mulheres no equilíbrio hormonal, através do health coaching, algo que ajuda muito a não chegarem ao problema que tive.
Mesmo em França, entrei em janeiro em contato com hospitais em Portugal e Espanha. Comprometi-me a dar consultas a médicos e enfermeiros da linha de frente de health coaching para ajudá-los na ansiedade, stress e amenizar efeitos traumáuticos pós-covid, gratuitamente. No momento estou a ajudar 6 médicos e 11 enfermeiras em Portugal, Espanha (Navarra) e Estados Unidos (Orlando).
O Health Coaching é uma profissão nova em Portugal, é uma abordagem transversal da Nutrição e da Psicologia que ajuda aos pacientes a mudarem os seus hábitos, prevenirem doenças, perderem peso, aprenderem a viver de forma mais saudável. Junto com médicos, o health coaching é um apoio muito forte em tratamentos, nos Estados Unidos todos os hospitais trabalham com esse suporte. No meu caso, presto serviço em duas clinicas em Portugal, a Babyboom, com suporte hormonal, e na Clínica Lara Ribeiro.
Quem escreveu este texto?
*Paula Bollinger. Paula é Health Coach em Nutrição Integrativa certificada em Medicina Funcional, e a completar uma pós-graduação em Saúde Hormonal pelo mesmo.
Formada também em Coaching de Desenvolvimento Pessoal e Coaching de Alta Perfomance e Programação Neurolinguística (PNL), especializou-se em mudança de comportamento/hábitos com paixão por compreender e pesquisar a saúde mental e hormonal na prática de coaching.
Paula Bollinger começou a treinar em 2020, tornando-se um Hermann Brain Dominance Practitioner (HBDI) qualificado. Ela também é uma praticante certificada de PNL. Antes de treinar, Paula apresentava um programa diário de variedades na Kuriakos TV, o “Tudo a Ver com Paula Bollinger” e escreveu dois livros com receitas de sua autoria, tendo muito sucesso como foodwriter nos últimos cinco anos, a trabalhar para marcas portuguesas e internacionais de grande influência do mercado alimentar.
A paixão de Paula, por explorar a saúde mental na prática de coaching, vem de inúmeras experiências de coaching, que moldaram sua carreira e seu desejo de garantir que a prática de coaching atenda às necessidades de todos os clientes, razão pela qual é atualmente uma promotora do healthcoaching em Portugal.
Paula Bollinger dá consultas em duas clinicas médicas portuguesas e em seu consultório online, já que neste momento reside em França, na cidade de Nancy, com o seu marido e filha. Segue-a aqui ou diretamente no Instagram.
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