Nellie Bly: a Pioneira do Jornalismo de Investigação e Volta ao Mundo em 72 dias

Nellie Bly

Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).

Mais Sobre o Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano.

Elizabeth Cochran Seaman, mais conhecida pelo pseudónimo Nellie Bly, foi uma jornalista norte-americana que revolucionou o jornalismo do século XIX. Nascida a 5 de maio de 1864 em Cochran’s Mills, Pensilvânia, Estados Unidos, Bly deixou uma marca inesquecível na história do jornalismo de investigação, com as suas reportagens reveladoras.

Uma Jovem Rebelde

Insatisfeita com as oportunidades limitadas para mulheres na época, Bly decidiu seguir a carreira de jornalista. Em 1885, com apenas 21 anos, mudou-se para Nova Iorque e começou a trabalhar como repórter, adoptando o pseudónimo Nellie Bly para proteger a identidade.

Uma das suas primeiras grandes reportagens, publicada no jornal New York World, consistiu numa investigação sobre as condições de vida dos imigrantes recém-chegados à cidade. Bly infiltrou-se nesse universo, vivendo in loco as dificuldades e as injustiças sofridas por essas pessoas.

A Loucura Exposta

No entanto, foi com a reportagem sobre um manicómio de Nova Iorque que Nellie Bly ficou mais conhecida. Em 1887, fingindo ter uma doença mental, conseguiu ser internada na instituição e, durante dez dias, documentou as condições deploráveis e os tratamentos cruéis a que os pacientes eram submetidos.

Ao revelar ao Mundo a realidade dentro do manicómio, Bly desencadeou uma onda de indignação pública e impulsionou reformas nas instituições psiquiátricas dos Estados Unidos. O seu livro “Dez Dias num Hospício” tornou-se um best-seller e um marco no jornalismo de investigação.

A Volta ao Mundo em 72 Dias

Em 1889, inspirada no romance de Júlio Verne “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, Bly embarcou em uma aventura épica: dar a volta ao Mundo em menos tempo do que o personagem fictício Phileas Fogg. Com apenas uma mala e o passaporte, ela viajou por diversos continentes, enfrentando desafios e perigos.

Após 72 dias de viagem, Bly retornou a Nova Iorque como uma heroína, tendo batido o recorde de volta ao Mundo. A sua façanha de viajante aventureira, tornou-a ainda mais famosa e consolidou a sua posição como uma das jornalistas mais admiradas da época.

Legado e Influência

Nellie Bly foi pioneira em diversas áreas do jornalismo. Além do jornalismo de investigação, Bly também se destacou como repórter de guerra e correspondente internacional. A sua coragem, determinação e capacidade de contar histórias cativantes inspiraram (e ainda inspiram) várias gerações de jornalistas.

Nellie Bly faleceu em 1922, aos 57 anos, mas o seu legado permanece vivo até hoje. As suas reportagens continuam a ser estudadas e as suas histórias, recontadas. A jornalista é considerada um símbolo do jornalismo de investigação e uma figura icónica do feminismo.

Para saber mais sobre Nellie Bly:

Wikipedia

National Women’s History Museum

Britannica