Marie Curie: a primeiro Prémio Nobel e uma pioneira na Ciência

Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).

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Marie Curie, nascida Maria Salomea Skłodowska em Varsóvia, Polónia, em 7 de novembro de 1867, foi uma figura destacada na história da Ciência. Os seus trabalhos pioneiros em radioatividade não só revolucionaram a Física e a Química, mas também abriram caminho para novas áreas de pesquisa e aplicações médicas.

Uma Juventude Marcada pela Paixão pelo Conhecimento

Nascida numa família polaca de classe média, Marie demonstrou desde cedo uma curiosidade insaciável e uma mente brilhante. Apesar das restrições impostas às mulheres na Polónia do século XIX, ela conseguiu obter uma educação informal e autodidata. A impossibilidade de ingressar numa universidade no seu país natal impulsionou-a a buscar oportunidades em França, onde se matriculou na Sorbonne.

Descobertas Revolucionárias e um Prémio Nobel

Em Paris, Marie conheceu Pierre Curie, um físico brilhante com quem se casou e com quem iniciou uma parceria científica frutífera. Juntos, dedicaram-se ao estudo dos raios-X, descobertos por Wilhelm Röntgen. As suas pesquisas levaram-nos a identificar dois novos elementos químicos: o polónio, nomeado em homenagem à Polónia, e o rádio, que emitia uma radiação intensa e desconhecida até então.

Em 1903, Marie Curie, Pierre Curie e Henri Becquerel foram laureados com o Prémio Nobel de Física pelas suas contribuições para a compreensão da radioatividade. Essa conquista histórica fez de Marie a primeira mulher a receber um Prémio Nobel.

Um Legado duradouro

Após a trágica morte de Pierre num acidente de carro, Marie Curie continuou as suas pesquisas, isolando o rádio em estado puro e estudando as suas propriedades. Em 1911, ela recebeu o Prémio Nobel de Química, tornando-se a primeira e única pessoa a ser laureada com o prémio em duas áreas científicas diferentes.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Marie Curie desenvolveu unidades móveis de raios-X para auxiliar no tratamento de soldados feridos. Essas unidades, conhecidas como “Petites Curies”, permitiam a localização de fragmentos de projéteis nos corpos dos soldados, agilizando as cirurgias e salvando inúmeras vidas.

Uma Mulher à Frente de Seu Tempo

Marie Curie foi uma mulher extraordinária que desafiou as convenções sociais da sua época. A sua determinação, inteligência e paixão pela Ciência levaram-na a realizar feitos que até então eram considerados impossíveis para uma mulher. O seu trabalho pioneiro abriu caminho para o desenvolvimento da medicina nuclear, da radioterapia e de outras tecnologias que transformaram o mundo.

Legado e Desafios

Apesar de sua imensa contribuição para a ciência, Marie Curie enfrentou desafios significativos ao longo da sua vida. A discriminação de género, o nacionalismo exacerbado e a exposição prolongada à radiação foram alguns dos obstáculos que ela teve de superar.

A exposição à radiação, aliás, acabou por encurtar a sua vida. Marie Curie faleceu em 4 de julho de 1934, aos 66 anos, devido a uma anemia aplástica causada pela radiação.

Marie Curie hoje

Hoje, Marie Curie é reconhecida como uma das cientistas mais importantes de todos os tempos. O seu nome é sinónimo de inovação, perseverança e coragem. O seu legado continua a inspirar gerações de cientistas e pesquisadores em todo o mundo.