Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Jeanne Baret, nascida em 1740 em França, foi uma figura extraordinária que desafiou as convenções da sua época. Reconhecida como a primeira mulher a completar uma viagem de circum-navegação do globo, a sua história é marcada por coragem, inteligência e um profundo amor pela botânica.
Uma Vida Discreta até a Grande Expedição
Pouco se sabe sobre os primeiros anos de vida de Jeanne Baret. O seu nome surge com maior destaque a partir da sua participação na expedição de Louis Antoine de Bougainville, que partiu em 1766 com o objetivo de explorar novas terras e mapear as costas do Pacífico. Para realizar o seu sonho de embarcar nessa jornada, Jeanne precisou de se disfarçar de homem, adotando o nome de Jean Baret.
A Botânica como Passaporte para a Aventura
Jeanne era uma botânica talentosa. O seu conhecimento sobre as plantas era profundo e tornou-a uma companheira indispensável para Philibert Commerson, o naturalista da expedição. A botânica, além de ser a sua paixão, serviu como um disfarce perfeito, pois a presença de uma mulher a bordo seria inaceitável naquela época.
Uma Viagem repleta de Desafios
A viagem de circum-navegação foi árdua e repleta de desafios. Jeanne, disfarçada de homem, conviveu com os marinheiros, enfrentou tempestades e doenças, e explorou terras desconhecidas. Apesar das dificuldades, ela nunca deixou de lado sua paixão pela botânica, colecionando e catalogando diversas espécies de plantas.
Durante a viagem, o disfarce de Jeanne deixou de funcionar. A relação próxima com Commerson e as suas habilidades botânicas despertaram suspeitas entre os tripulantes. Para evitar maiores problemas, Jeanne foi obrigada a deixar a expedição numa ilha do Oceano Índico.
Um Legado Incontornável
Apesar de ter sido obrigada a abandonar a expedição, o feito de Jeanne Baret é inegável. Ela foi a primeira mulher a dar a volta ao Mundo, abrindo caminho para outras mulheres exploradoras. A sua paixão pela botânica deixou um legado importante para a Ciência, com a descoberta e catalogação de diversas espécies de plantas.
Jeanne Baret foi uma mulher muito à frente de seu tempo. A sua coragem, inteligência e paixão pela ciência tornaram-na numa figura inspiradora. A sua história mostra que, numa época em que as mulheres tinham poucas oportunidades, era difícil desafiar as convenções e realizar grandes feitos.