Dia Mundial da Menopausa 18/10 | Cancro do endométrio com “aumento preocupante” da mortalidade

Utero - Foto: therapractice /Pixabay

O cancro do endométrio é o cancro ginecológico mais frequente em Portugal, afetando maioritariamente mulheres com mais de 50 anos e no período pós-menopausa, alerta a Associação MOG – Movimento Oncológico Ginecológico.

A propósito do Dia Mundial da Menopausa, assinalado anualmente a 18 de outubro, a associação lembra que o conhecimento sobre os principais fatores de risco e sinais de alerta é fundamental para um diagnóstico precoce e um prognóstico positivo.

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 1.200 casos anualmente, dos quais 360 resultam na morte da mulher afetada.1 Em 2022, registaram-se em todo o mundo mais de 420 mil novos casos e quase 98 mil mortes, sendo que a sua incidência e a mortalidade estão a aumentar globalmente.2

“É fundamental consciencializar e educar a população sobre cancros ginecológicos, como o do endométrio, uma vez que existem vários fatores de risco que têm vindo a aumentar na população”, explica Cláudia Fraga, presidente da MOG.

“Por isso mesmo, é essencial que todas as mulheres tenham conhecimento sobre os principais sinais e sintomas, para que rapidamente se possam aconselhar junto de um especialista e ser diagnosticadas precocemente, o que aumenta a probabilidade de cura”, acrescenta. Sangramento vaginal anormal, alterações no período menstrual e dor pélvica podem ser sintomas de cancro do endométrio.1

Mulher e Saúde © SilviaRita Pixabay
Mulher e Saúde © SilviaRita Pixabay

O cancro de endométrio é o tumor ginecológico mais frequente no mundo e afeta o tecido que reveste o interior do útero. Existem vários fatores que aumentam o risco de desenvolvimento deste tumor maligno, sendo a idade um dos principais. Todavia, pode desenvolver-se em mulheres jovens.

Obesidade, diabetes, tratamento dos sintomas da menopausa, síndrome do ovário poliquístico, primeira menstruação precoce, menopausa tardia, tratamentos hormonais para o cancro da mama, nuliparidade (nunca ter estado grávida) e síndrome de Lynch são alguns dos fatores de risco a ter em conta e que, por vezes, são desvalorizados.3, 4

O diagnóstico precoce é crucial para aumentar a probabilidade de cura, sendo que o tratamento pode afetar física e psicologicamente a mulher. Estratégias como a utilização de materiais educativos, a participação em grupos de apoio ou associações de apoio a doentes podem ser adotadas para melhorar a jornada da doente.

“Esta doença implica desafios acrescidos que muitas vezes impactam não só o quotidiano das doentes, mas também a sua autoestima, pelo que o apoio é determinante para o sucesso do tratamento”, remata Cláudia Fraga.

Referências:
1. https://www.hospitaldaluz.pt/pt/saude-e-bem-estar/sinais-cancro-endometrio-esteja-atenta
2. https://www.wcrf.org/cancer-trends/endometrial-cancer-statistics/
3. Risk factors for endometrial cancer: An umbrella review of the literature – Raglan – 2019 – International Journal of Cancer – Wiley Online Library
4. Risk factors for endometrial cancer. – Abstract – Europe PMC

Sobre a MOG

A MOG – Movimento Oncológico Ginecológico é uma associação sem fins lucrativos, criada formalmente a 18 de dezembro de 2019, dedicada às mulheres que sofrem de cancros ginecológicos.
Empenhada em melhorar a qualidade de vida de todas as mulheres que lidam com estas patologias, a MOG pretende aumentar a consciencialização sobre o impacto dos cancros ginecológicos na vida das doentes e dos seus familiares, colaborando com várias entidades para garantir o diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequados desta comunidade.

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Utero Foto: LJNovaScotia/Pixabay
Utero Foto: LJNovaScotia/Pixabay