Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Carolina Beatriz Ângelo, nascida a 16 de abril de 1878, na Guarda, foi uma figura ímpar na história de Portugal, cuja vida e obra transcenderam as barreiras do seu tempo. Médica, feminista e republicana, ela encarnou os ideais de progresso e igualdade, deixando um legado que continua a inspirar gerações.
Infância e Juventude: Os Primeiros Passos para um Futuro Promissor
Nascida numa família liberal e culta, Carolina teve acesso à educação desde cedo. O seu pai, jornalista, e sua mãe, uma mulher independente para os padrões da época, cultivaram nela o gosto pelos estudos e o espírito crítico. A jovem Carolina destacou-se pela sua inteligência e determinação, ingressando no Liceu da Guarda e, posteriormente, na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde se formou em 1902, tornando-se na primeira mulher cirurgiã em Portugal.
O Casamento e o Compromisso com a República
Em 1902, Carolina casou-se com seu primo, Januário Barreto, também médico e partilhando dos mesmos ideais republicanos. O casal envolveu-se ativamente na luta pela implantação da República em Portugal, tendo Carolina desempenhado um papel fundamental na costura das bandeiras republicanas utilizadas na Revolução de 5 de Outubro de 1910. Sua casa em Lisboa tornou-se um ponto de encontro para os republicanos, onde se discutiam estratégias e se organizavam ações.
O Sufrágio Feminino e o Voto Histórico
A proclamação da República em 1910 abriu novas perspectivas para as mulheres portuguesas. Carolina, como uma das principais ativistas feministas do país, aproveitou a oportunidade para reivindicar o direito ao voto. Em 28 de maio de 1911, ela tornou-se na primeira mulher a votar em Portugal, nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Este acto histórico, que ecoou por toda a Europa, simbolizou a conquista de um marco importante na luta pela igualdade de género.
A Médica e a Cientista
Além de sua militância política, Carolina Beatriz Ângelo dedicou-se à prática médica. Como cirurgiã, realizou diversas intervenções, demonstrando grande habilidade e conhecimento. A sua paixão pela Medicina fez aprofundar os seus estudos e a publicar artigos científicos em revistas especializadas. No entanto, sua vida profissional foi interrompida precocemente devido à sua morte prematura.
Infelizmente, Carolina Beatriz Ângelo faleceu em 3 de outubro de 1911, com apenas 33 anos. A sua morte prematura foi uma grande perda para o movimento feminista e para Portugal. No entanto, a sua história continua a inspirar novas gerações de mulheres a lutarem por seus direitos e a romperem barreiras.
Carolina Beatriz Ângelo foi muito mais do que uma pioneira. Foi uma mulher visionária que dedicou a sua vida a transformar o mundo. Ao celebrar sua vida e obra, honramos a memória de uma mulher extraordinária e reafirmamos o compromisso com a luta por um futuro mais justo e igualitário para todas e todos.
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