Amelia Earhart: a Mulher que desafiou os Céus

Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).

Mais Sobre o Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano.

Infância e espírito aventureiro

Amelia Mary Earhart nasceu a 24 de julho de 1897, em Atchison, no estado do Kansas, nos Estados Unidos da América. Desde jovem, demonstrou um espírito aventureiro e uma vontade inabalável de ultrapassar os limites impostos à sua época, especialmente os que restringiam o papel das mulheres na sociedade. A sua vida e a sua carreira tornaram-se um símbolo de coragem, determinação e inovação, abrindo caminho para gerações futuras de mulheres na aviação e noutras áreas dominadas tradicionalmente por homens.

Os primeiros passos na aviação

A paixão de Amelia pela aviação começou quando assistiu a uma exibição aérea em Long Beach, Califórnia, em 1920. Logo depois do seu primeiro voo, como passageira, decidiu que queria aprender a pilotar. Trabalhou em vários empregos para pagar as suas aulas de voo e, em 1921, começou a ter lições com a aviadora Anita Snook. Apenas seis meses depois, comprou o seu primeiro avião, um Kinner Airster amarelo, ao qual chamou “The Canary”.

Em 1923, tornou-se a 16.ª mulher nos Estados Unidos a obter uma licença oficial de piloto emitida pela Federação Aeronáutica Internacional. Esta conquista marcou o início de uma carreira repleta de feitos notáveis.

Reconhecimento internacional

O verdadeiro reconhecimento público surgiu em 1928, quando foi convidada a participar como passageira num voo transatlântico, tornando-se a primeira mulher a atravessar o Atlântico de avião. Embora não tenha pilotado o avião nesse voo, o feito valeu-lhe fama internacional.

Determinada a provar que era mais do que uma “passageira de luxo”, como ela própria se descreveu, Amelia realizou, em 1932, o voo que a eternizaria na história da aviação.

Foi a primeira mulher a atravessar o Atlântico sozinha, de avião, partindo de Harbour Grace, no Canadá, e aterrando em Londonderry, na Irlanda do Norte. O voo durou cerca de 15 horas e enfrentou condições climatéricas adversas. Este feito valeu-lhe inúmeras distinções e consolidou o seu estatuto como pioneira da aviação.

Outros feitos e ativismo

Nos anos seguintes, continuou a quebrar recordes: foi a primeira pessoa a voar sozinha entre Honolulu e a Califórnia, e também entre Los Angeles e a Cidade do México.

Além dos voos, Amelia era uma defensora fervorosa dos direitos das mulheres. Fundou, em 1929, a organização “The Ninety-Nines”, que reunia mulheres pilotos com o objetivo de apoiar e promover a presença feminina na aviação.

A última viagem e o mistério

Em 1937, embarcou na sua mais ambiciosa aventura: a tentativa de dar a volta ao Mundo de avião, acompanhada pelo navegador Fred Noonan.

Após várias etapas bem-sucedidas, o avião desapareceu misteriosamente no Pacífico, a 2 de julho de 1937, perto da Ilha de Howland. Apesar de extensas buscas, nunca foram encontrados vestígios conclusivos da aeronave ou dos tripulantes. O desaparecimento de Earhart continua a ser um dos maiores mistérios da história da aviação.

Legado eterno

O legado de Amelia transcende o seu desaparecimento. É lembrada como uma mulher corajosa que ousou sonhar alto e inspirou milhões com o seu exemplo. Desafiou normas sociais, lutou pela igualdade de género e mostrou ao mundo que os céus não são o limite, mas sim o início de uma jornada rumo ao desconhecido.

Curiosidades sobre Amelia Earhart

• Era também enfermeira voluntária durante a Primeira Guerra Mundial.

• O seu apelido familiar era “Meeley”.

• Tinha uma queda por engenharia e desmontava brinquedos para perceber como funcionavam.

• Foi amiga pessoal da Primeira-Dama dos EUA, Eleanor Roosevelt.

• Recusou o tradicional vestido de noiva, e usou um conjunto simples, quando se casou com George Putnam.

• A sua figura inspirou filmes, livros e até uma boneca Barbie.

• O desaparecimento do seu avião deu origem a inúmeras teorias da conspiração, algumas ainda investigadas nos dias de hoje.

• Foi a primeira mulher a receber a Distinguished Flying Cross, uma condecoração militar atribuída por feitos heróicos na aviação.