Adília Lopes (1960-2024): umas das mais singulares poetisas portuguesas

Dobra - Adilia Lopes

Faleceu a poetisa Adília Lopes, umas das mais singulares vozes da poesia portuguesa: pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, morreu no final de tarde de 30 de dezembro de 2024, no Hospital de São José, em Lisboa, vítima de doença prolongada.

Nascida em 1960, Adília Lopes frequentou a licenciatura em Física, na Universidade de Lisboa, que viria a abandonar quando já estava prestes a completá-la. Começa a publicar a sua poesia no Anuário de Poetas não Publicados da Assírio & Alvim, em 1984.

Antes disso, em 1983, inicia uma nova licenciatura, desta vez em Literatura e Linguística Portuguesa e Francesa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1985, publica o seu primeiro livro de poesia, Um Jogo Bastante Perigoso, em edição de autor (1985).

Da sua extensa obra poética, destacam-se ainda os títulos Irmã Barata, Irmã Batata (2000), Manhã (2015), Bandolim (2016), Estar em Casa (2018), Dias e Dias (2020), Pardais (2022) e Choupos (2023). Dobra (2024) é a mais recente reunião da sua obra publicada, incluindo inéditos.

Colaborou em diversos jornais e revistas, em Portugal e no estrangeiro. Os seus livros encerram uma forte componente autobiográfica, não raras vezes acompanhada de fotografias do espólio privado da autora, numa revisitação às memórias de infância, à relação com a literatura e ao mundo à sua volta.

“Os poemas trouxeram-me
até aqui
barquinhos de papel”

Dobra, 2024

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