9 Mulheres que Mudaram o Mundo: Inventoras que Transformaram o Nosso Dia a Dia

Mulheres Inventoras

Foi assim o Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt fez uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).

Podem ver todas as mulheres do Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Mas neste website celebram-se sempre as conquistas das mulheres, num Mundo que teima em retirar direitos adquiridos com muita luta, sangue, suor e lágrimas.

Para este último dia de 2025, reunimos uma série de mulheres que inventaram objetos ou programas que vieram mudar o nosso quotidiano. Ao longo da História, inúmeras mulheres desafiaram barreiras sociais, culturais e científicas para criarem objectos, tecnologias e soluções que hoje consideramos tão essenciais que muitas vezes nos esquecemos de que um dia não existiram.

No Mulheres em Viagem, celebramos aquelas que abriram caminho não apenas nos seus países, mas no Mundo inteiro, provando que a inovação tem múltiplas formas e muitos nomes femininos. Das pequenas soluções domésticas às grandes tecnologias que orientam aviões e satélites, estas inventoras transformaram a forma como trabalhamos, viajamos, comunicamos e vivemos. São histórias de coragem, persistência e visão num mundo que raramente lhes reconheceu o mérito no seu tempo.

Aqui abaixo, partilhamos o legado de nove mulheres extraordinárias cujas invenções mudaram o curso da História e continuam a influenciar profundamente o nosso quotidiano.

Margaret Knight
Margaret Knight

Margaret Knight: a mulher que reinventou os sacos de papel

Margaret Knight, muitas vezes apelidada de “a mulher Edison”, foi uma das inventoras mais prolíficas do século XIX, responsável por uma criação que revolucionou o comércio: a máquina que produzia sacos de papel com fundo rectangular, estáveis e práticos, como os que ainda hoje usamos em supermercados e lojas.

Antes da sua invenção, os sacos eram frágeis e inadequados para transportar peso, tornando as compras uma tarefa complicada. Knight aperfeiçoou um sistema mecânico capaz de dobrar, cortar e colar o papel de forma eficiente, transformando completamente a indústria do embalamento.

Apesar de ter tido de travar uma batalha judicial para provar a autoria da sua própria inovação (tendo o arguido afirmado que uma mulher não seria capaz de criar tal mecanismo) Knight venceu e tornou-se um símbolo de resistência e génio criativo.

A sua obra permanece essencial, e o seu nome deve, finalmente, ser reconhecido como pioneiro na evolução do comércio moderno.

Melitta Bentz
Melitta Bentz

Melitta Bentz: a criadora do filtro de café

Em 1908, na Alemanha, Melitta Bentz revolucionou o ritual matinal de milhões de pessoas ao inventar o filtro de café em papel, uma solução simples que melhorou radicalmente a forma de preparar esta bebida tão universal.

Cansada do gosto amargo e dos resíduos de pó no fundo da chávena, Bentz pegou num papel mata-borrão do caderno do filho e experimentou colocar o café por cima, deixando a água passar lentamente. O resultado foi surpreendente: um sabor mais limpo, suave e sem borras.

A invenção deu origem à empresa Melitta, que se tornaria líder global na produção de filtros, máquinas de café e acessórios. Mais do que uma ideia engenhosa, Bentz criou uma inovação sustentável, prática e acessível — um gesto quotidiano que, ainda hoje, é uma pequena alegria na vida de quem aprecia um bom café.

Mary Anderson
Mary Anderson

Mary Anderson: a inventora do limpa-para-brisas

Numa viagem a Nova Iorque, em 1903, Mary Anderson observou um condutor a lutar com a neve e o gelo que se acumulavam no vidro do eléctrico. Inspirada por esta dificuldade, criou o primeiro limpa-para-brisas operacional, um mecanismo simples com uma lâmina móvel activada a partir do interior do veículo.

Na altura, a invenção foi considerada desnecessária por muitos fabricantes de automóveis, mas poucas décadas depois tornou-se um equipamento obrigatório em todos os veículos motorizados.

Graças à visão de Anderson, a condução em condições adversas passou a ser mais segura, tornando-se numa solução indispensável para motoristas e viajantes em todo o mundo. Embora não tenha lucrado com a sua criação durante a vida, hoje é reconhecida como uma das grandes pioneiras da segurança rodoviária.

Gladys West
Gladys West

Gladys West: a matemática por trás do GPS moderno

Gladys West é uma das figuras mais importantes da ciência contemporânea, embora o seu nome só recentemente tenha ganho a visibilidade merecida. Matemática e programadora, West foi a responsável pelo desenvolvimento do modelo matemático que permitiu a criação do GPS, em 1986.

Trabalhando para a Marinha dos Estados Unidos, dedicou-se a cálculos extremamente complexos sobre a forma da Terra, a gravidade e as órbitas de satélites, criando o alicerce da tecnologia de geolocalização.

Hoje, o GPS é indispensável: orienta viajantes, aviões, navios, sistemas de emergência, aplicações de mobilidade e até explorações científicas. Sem Gladys West, a “navegação digital” que usamos diariamente – no telemóvel, no carro, nos mapas online – simplesmente não existiria. A sua contribuição, durante muito tempo invisibilizada, é um dos maiores legados da história tecnológica.

Alice H. Parker
Alice H. Parker

Alice H. Parker: a pioneira do aquecimento doméstico a gás

Em 1919, Alice H. Parker patenteou um sistema inovador de aquecimento central a gás, que permitia regular a temperatura de diferentes divisões numa casa, ou seja, uma ideia extraordinariamente avançada para a época.

Antes desse sistema, o aquecimento dependia sobretudo de lareiras e fogões a carvão, que eram perigosos, ineficientes e exigiam grande manutenção. A proposta de Parker tornava as casas mais seguras, confortáveis e energeticamente eficientes, lançando as bases dos sistemas modernos de climatização.

Como mulher negra no início do século XX, enfrentou inúmeras barreiras sociais, mas o seu contributo permanece vital para o bem-estar doméstico e para a evolução dos sistemas de aquecimento utilizados em milhões de casas em todo o mundo.

Josephine Cochrane
Josephine Cochrane

Josephine Cochrane: a visão por trás da primeira máquina de lavar loiça

Cansada de ver a sua loiça valiosa a ser lascada pelos empregados domésticos, Josephine Cochrane decidiu criar, em 1886, a primeira máquina de lavar loiça verdadeiramente funcional. Determinada, combinou conhecimentos mecânicos com uma abordagem metódica: construiu um sistema com um motor que impulsionava jactos de água quente sobre a loiça colocada em suportes específicos.

A invenção foi apresentada na Exposição Universal de Chicago, em 1893, conquistando investidores e garantindo a sua entrada na história da engenharia doméstica.

Embora inicialmente usada apenas em hotéis e restaurantes, a máquina de lavar loiça tornou-se, mais tarde, um eletrodoméstico fundamental nas casas modernas. Cochrane é hoje reconhecida como uma pioneira da inovação e do empreendedorismo feminino.

Marian Croak
Marian Croak

Marian Croak: a engenheira que tornou o VOIP uma realidade

Marian Croak é uma das figuras mais influentes da engenharia moderna, responsável por desenvolver as bases tecnológicas do VOIP (Voice Over Internet Protocol), que permite efectuar chamadas telefónicas através da internet.

Esta tecnologia, hoje essencial para plataformas como Zoom, WhatsApp, Skype ou Teams, revolucionou a comunicação global, tornando-a mais acessível e económica. O trabalho de Croak também foi crucial para sistemas de doações por SMS e outras soluções digitais que moldam o mundo actual.

Com mais de 200 patentes registadas, é uma das inventoras mais prolíficas da era digital e um exemplo inspirador para mulheres que querem seguir carreiras nas áreas STEM — ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Mary Kenner
Mary Kenner

Mary Kenner: a criatividade aplicada ao quotidiano

Em 1982, Mary Kenner patenteou o suporte para papel higiénico com barra ajustável, uma invenção simples mas extremamente prática, que trouxe organização e funcionalidade ao espaço de casa de banho. Kenner, no entanto, foi extremamente prolífica: ao longo da vida criou diversos dispositivos ligados ao conforto doméstico e à higiene pessoal, muitos dos quais foram ignorados pela indústria devido a preconceitos raciais.

A sua persistência e criatividade mostram como as pequenas inovações podem ter um impacto duradouro no nosso dia a dia. Kenner é um exemplo de engenho, resiliência e de como a inovação pode começar com algo aparentemente simples — mas fundamental.

Hedy Lamarr
Hedy Lamarr

Hedy Lamarr: a atriz que criou a base do Wi-Fi e do Bluetooth

Hedy Lamarr, famosa actriz de Hollywood, foi também uma inventora brilhante. Em 1941, criou com o compositor George Antheil um sistema de salto em frequência para comunicações seguras, capaz de impedir o bloqueio de sinais durante a Segunda Guerra Mundial.

Embora a tecnologia não tenha sido adoptada imediatamente, décadas mais tarde tornou-se a base para sistemas de comunicação sem fios como o Wi-Fi, o GPS militar, o Bluetooth e o 4G.

Lamarr, muitas vezes reduzida à sua beleza física, foi uma mente visionária cujo impacto tecnológico é imenso. O seu trabalho está na origem da forma como comunicamos, partilhamos dados e usamos dispositivos móveis, sendo uma das inventoras mais importantes do século XX.

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