Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Uma Vida Dedicada à Natureza e aos Direitos Humanos
Wangari Maathai, nascida em 1 de abril de 1940, no Quénia, foi uma figura incontornável na luta pela Conservação Ambiental e pelos Direitos Humanos em África. A sua vida, marcada por desafios e conquistas, tornou-a um símbolo de resistência e esperança para milhões de pessoas em todo o Mundo.
Os Primeiros Passos
Desde jovem, Maathai demonstrou um profundo respeito pela Natureza e um forte sentido de justiça social. A sua educação, que a levou a estudar nos Estados Unidos, permitiu-lhe ter contacto com diferentes culturas e ideias, ampliando a sua visão sobre o Mundo. Ao regressar ao Quénia, dedicou-se ao ensino e à investigação, tornando-se a primeira mulher africana a obter um doutoramento em Biologia.
O Nascimento do Movimento Cinturão Verde
A crescente degradação ambiental no Quénia, causada pela desflorestação e pela desertificação, motivou Maathai a agir. Em 1977, fundou o Movimento Cinturão Verde, uma organização não governamental que visava plantar árvores, promover a conservação ambiental e empoderar as mulheres rurais.
O movimento rapidamente expandiu por todo o país, envolvendo milhares de mulheres que plantavam árvores nas suas comunidades. Além da reposição da cobertura vegetal, o Movimento Cinturão Verde também trabalhava na sensibilização da população para a importância da conservação da natureza e na promoção de práticas agrícolas sustentáveis.
A Luta pelos Direitos Humanos
A luta de Maathai pela conservação ambiental estava intrinsecamente ligada à defesa dos direitos humanos. Ela percebeu que a degradação ambiental e a pobreza eram problemas interligados e que, para resolver um, era necessário abordar o outro.
Maathai tornou-se uma voz crítica do governo queniano, denunciando a corrupção, a má governação e as violações dos direitos humanos. A sua coragem e determinação fizeram dela um alvo de perseguição e violência, mas nunca se calou.
O Prémio Nobel da Paz
Em 2004, o trabalho de Maathai foi reconhecido a nível mundial com a atribuição do Prémio Nobel da Paz. O comité do Nobel destacou a sua “contribuição para o desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz”. Maathai tornou-se a primeira mulher africana a receber este prestigiado prémio, inspirando uma nova geração de ativistas ambientais e sociais.
Um Legado Imortal
Wangari Maathai faleceu em 2011, mas o seu legado continua vivo. O Movimento Cinturão Verde, que ela fundou, continua a trabalhar em mais de 30 países africanos, plantando milhões de árvores e promovendo a justiça ambiental.
A vida de Maathai é um exemplo de como uma pessoa pode fazer a diferença, mesmo perante grandes desafios. A sua luta pela natureza e pelos direitos humanos continua a inspirar milhões de pessoas em todo o mundo.
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