Sirimavo Bandaranaike: a primeira Mulher Primeira-Ministra do Mundo no Sri Lanka

19th October 1964: Mrs Sirimavo Bandaranaike, Prime Minister of Ceylon (Sri Lanka) leaves No 10 Downing Street, London. (Photo by Keystone/Getty Images)

Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).

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Sirimavo Ratwatte Dias Bandaranaike, nascida em 17 de abril de 1916, em Ratnapura, Ceilão (atual Sri Lanka), foi uma figura histórica que quebrou barreiras de género ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra de um país, em 1960. A sua vida e legado são um testemunho da força e determinação de uma mulher que, num mundo predominantemente masculino, ascendeu ao mais alto cargo político de seu país.

Foto: 19th October 1964: Mrs Sirimavo Bandaranaike, Prime Minister of Ceylon (Sri Lanka) leaves No 10 Downing Street, London. (Photo by Keystone/Getty Images)

Uma Vida Marcada pela Política

Nascida numa família aristocrática e educada num convento católico, Sirimavo casou-se com S.W.R.D. Bandaranaike, um influente político que fundou o Partido da Liberdade do Sri Lanka (SLFP). Ao lado do marido, envolveu-se cada vez mais na política, tornando-se uma confidente e conselheira de confiança.

Com a trágica morte de seu marido em 1959, Sirimavo foi induzida a assumir a liderança do SLFP. A sua ascensão ao poder foi meteórica. Em 1960, o SLFP venceu as eleições gerais, e Sirimavo Bandaranaike tornou-se a primeira mulher a ser eleita Primeira-Ministra de um país independente.

Um Legado de Primeira

Ao longo de seus três mandatos como Primeira-Ministra (1960-1965, 1970-1977 e 1994-2000), Sirimavo Bandaranaike implementou diversas políticas sociais e económicas, muitas das quais visavam fortalecer a posição do Sri Lanka no cenário internacional. Entre as suas principais realizações, destacam-se:

– Nacionalização de indústrias: Sirimavo implementou um programa de nacionalização de várias indústrias, procurando aumentar o controlo do Estado sobre a economia e promover o desenvolvimento industrial do país.

– Reformas agrárias: visando reduzir a desigualdade social e aumentar a produção agrícola, foram implementadas reformas agrárias que limitaram a extensão das propriedades rurais e promoveram a distribuição de terras entre os camponeses.

– Política externa não alinhada: Sirimavo adotou uma política externa não alinhada, querendo fortalecer as relações com países em desenvolvimento e evitar o envolvimento em conflitos da Guerra Fria.

– Promoção dos direitos das mulheres: durante os seus mandatos, Sirimavo promoveu a igualdade de género e os direitos das mulheres, nomeando diversas mulheres para cargos de destaque em seu governo.

Uma Figura Controversa

Apesar das suas inúmeras contribuições para o Sri Lanka, o legado de Sirimavo Bandaranaike é controverso. Os seus críticos acusam-na de autoritarismo, corrupção e de ter contribuído para a instabilidade política do país. A imposição do Estado de Emergência e a repressão a dissidentes políticos durante os seus governos são frequentemente citados como exemplos das suas práticas autoritárias.

Mas, independentemente das controvérsias, Sirimavo Bandaranaike é uma figura histórica incontornável. A sua ascensão ao poder desafiou as convenções sociais de sua época e abriu caminho para que outras mulheres ocupassem cargos de liderança em todo o Mundo. Seu legado como a primeira mulher Primeira-Ministra do mundo continua a inspirar gerações de mulheres a lutarem pelos seus direito, representatividade e a participarem ativamente da vida política.