Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Infância e primeiros passos no ativismo
Malala Yousafzai nasceu a 12 de julho de 1997, em Mingora, uma cidade no Vale do Swat, no Paquistão. Desde cedo, Malala demonstrou uma paixão profunda pelo conhecimento, inspirada pelo pai, Ziauddin Yousafzai, um educador e defensor da educação para todos, incluindo meninas. Numa região onde os Talibã começavam a impor regras rígidas, incluindo a proibição da educação feminina, Malala não se calou.
Com apenas 11 anos, começou a escrever um blogue para a BBC Urdu, sob um pseudónimo, onde relatava o dia a dia sob o regime Talibã e os obstáculos que enfrentava para frequentar a escola. A sua escrita era simples mas poderosa, oferecendo uma perspetiva única e corajosa sobre a realidade de muitas raparigas no Paquistão.
O atentado que chocou o mundo
A 9 de outubro de 2012, Malala foi alvo de um atentado a bordo do autocarro escolar. Um combatente talibã entrou no veículo, perguntou quem era Malala e disparou-lhe um tiro na cabeça. O ataque não só não silenciou a jovem, como a tornou num símbolo global da luta pela educação das raparigas.
Após o ataque, Malala foi transferida para o Reino Unido, onde recebeu tratamento médico e iniciou uma nova vida. Recuperou, com uma determinação impressionante, e rapidamente voltou a erguer a sua voz em defesa da educação universal.
Reconhecimento mundial
Em 2013, Malala discursou nas Nações Unidas, onde declarou: “Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo.” Este discurso ficou gravado na memória de milhões e serviu como apelo à ação para líderes e cidadãos do mundo inteiro.
Um ano depois, em 2014, com apenas 17 anos, tornou-se a pessoa mais jovem de sempre a receber o Prémio Nobel da Paz, um reconhecimento pelo seu ativismo incansável em prol da educação e dos direitos humanos. Partilhou o prémio com Kailash Satyarthi, um ativista indiano que luta contra o trabalho infantil.
A Fundação Malala e o futuro
Com a criação da Fundação Malala, a jovem ativista passou a apoiar projetos de educação em várias partes do mundo, especialmente em regiões de conflito ou extrema pobreza. A fundação oferece bolsas, promove campanhas de sensibilização e apoia jovens líderes que continuam o seu legado.
Em 2020, Malala concluiu a licenciatura em Filosofia, Política e Economia na Universidade de Oxford, no Reino Unido, sem nunca deixar de lado o seu compromisso com a justiça social.
Curiosidades sobre Malala Yousafzai
• O seu nome foi inspirado numa heroína afegã chamada Malalai de Maiwand, conhecida pela sua bravura em batalha.
• É autora de vários livros, incluindo “Eu sou Malala”, que se tornou um best-seller internacional.
• Foi capa da revista Time e figura de destaque em campanhas globais como a da UNESCO e da ONU.
• Em 2015, foi lançado um documentário sobre a sua vida, intitulado “He Named Me Malala”.
• Apesar da fama, Malala mantém um perfil discreto e continua a viver no Reino Unido com a sua família.
Malala Yousafzai tornou-se um símbolo da coragem e da resistência, provando que uma voz, mesmo a de uma muito jovem rapariga, pode fazer a diferença num mundo desigual. A sua história é um testemunho inspirador da importância da educação e da luta pelos direitos das mulheres em todo o mundo. Através do seu exemplo, Malala ensina-nos que o verdadeiro poder reside na palavra, no conhecimento e na vontade de mudar o mundo.
