De seu nome Malala Yousafzai, nasceu a 12 de julho de 1997 (22 anos) em Swat Valley no nordeste do Paquistão. Malala faz-se notar pelo seu ativismo na luta pelos Direitos Humanos e mais especificamente pela luta pelo direito à educação para todos.
Por: Cataria Cunha*
A sua maior inspiração é o seu pai Ziauddin Yousafai, professor e ativista, que sempre teve um papel importante na educação de Malala e nesta responsabilidade social que ela carrega em si. Em 2009, quando tinha apenas 11 anos de idade, Malala começou a escrever para um blogue da BBC, sob um pseudónimo, onde descrevia o seu quotidiano durante a ocupação talibã, que foi criando várias objeções na vida dos habitantes do Vale de Swat – desde os bombardeamentos a escolas de raparigas, ataques e assassinatos a ativistas entre outros.
Mas, Malala ganhou ainda mais notoriedade mais tarde, no mesmo ano, com a revelação da sua identidade num documentário do New York Times, intitulado “Class dismissed : Malala´s story”, onde conseguimos ver as reais dificuldades dos habitantes durante a ocupação talibã, onde inclusive Malala e o seu pai se vêem obrigados a abandonar a sua terra natal. Com toda a exposição, que lhe trouxe o documentário, Malala, começou a dar cada vez mais entrevistas para jornais, televisão e várias nomeações para prémios de mérito pelo seu trabalho como ativista. Até que, em 2012, o pior aconteceu.
No dia 9 de outubro de 2012, com apenas 15 anos Malala foi baleada ao voltar da escola. O atirador apontou a arma e, chamando-a pelo nome, disparou três tiros. Um deles atingiu-a na face e percorreu todo um caminho até ao seu ombro. Malala ficou em estado grave e inconsciente, durante vários dias, até que foi transferida para um hospital em Inglaterra, para que não corresse mais perigo e pudesse recuperar em paz.
A tentativa de assassinato a Malala gerou um movimento de apoio nacional e internacional ao ponto de a ONU (Organização das Nações Unidas) ter emitido um comunicado com uma petição com o nome “ I am Malala” (traduzindo: O meu nome é Malala) para que todas as crianças estivessem inscritas na escola ate ao final de 2015. Apesar de tudo o que aconteceu, em 2013, depois da sua alta médica, Malala regressou à escola em Inglaterra, apenas um mês depois.
O atentado a Malala não a silenciou, pelo contrário… tornou a sua voz ainda “mais alta” e deu lugar as milhares de vozes que até então se encontravam em silêncio. Tornou-a mais forte e mais determinada. No ano seguinte ao atentado, Malala discursou na sede da ONU, no seu aniversário, e entre muitas palavras de força e resiliência disse : “uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução. Educação antes de tudo o resto”.
Todo o esforço da jovem ativista é traduzido, ao longo dos anos, em várias nomeações e galardoada com vários prémios. Mas, aqui destaca-se o o Prémio Nobel da Paz que Malala recebeu com apenas 17 anos; tornando-se assim a mais jovem mulher a ser vencedora do mesmo. Malala materializou também o seu desejo de Educação Para Todos criando, em conjunto com o seu pai, uma ONG (Organização Não governamental) com o objetivo de ajudar todas as crianças a terem acesso à educação e investindo assim a maior parte do dinheiro, ganho com os vários prémios.
Assim, cumpre-se aos poucos o sonho de Malala, para que todos os meninos e meninas em qualquer parte do mundo possam sempre ter acesso à educação. Devido ao perigo que Malala corria, ela e a sua família acabaram por ficar asilados em Birmingham, em Inglaterra, que passou a ser a sua casa. A jovem ativista estuda agora em Oxford no curso de Philosophy, Polithics, Economics, ou seja, no curso de Filosofia, Política e Economia.
Algumas recomendações sobre o tema, são o documentário do the New York Times, que referi acima; o livro “I am Malala”, que é escrito pela própria; o documentário “He named me Malala” também muito interessante e algo mais informal como o programa de David Letterman “The next guest needs no introducion”, em português “O próximo convidado não precisa de apresentação” com Malala que pode ver-se na Netflix.
*Quem escreveu este texto?
*Catarina Cunha, 22 anos, de Vila de Nova de Gaia. Estudei Serviço Social na Universidade Lusófona do Porto. Escolhi Serviço Social porque sou muito dada a causas e à luta por elas. Se tivesse que escolher duas qualidades minhas descrevia-me como uma pessoa empática e persistente. Atualmente, trabalho como operadora de Call Center para uma empresa de telecomunicações. Sou apaixonada por televisão, séries, podcasts e grande parte do conteúdo digital. O meu guilty pleasure é, sem dúvida, o Instagram.