Frida Kahlo é um dos maiores símbolos do feminismo e uma das personagens mais icónicas de sempre, tudo isto sem nunca se ter visto como tal.
Era feminista pois não agia em conformidade com todas as regras da sua época – nascida no México em 1907 – que ditavam o que ela deveria ser e sempre fez e foi o que queria, com um génio artístico que poucos seres neste mundo atingem. Tornou-se um ícone pelas suas obras, pela sua mensagem e pela sua imagem.
Sou fascinada pelas suas obras surrealistas, que contam as suas experiências na primeira pessoa, embora ela recusasse esse rótulo dizendo “pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”.
Os seus quadros revelam a sua luta com as mazelas físicas que a acamaram grande parte da sua vida devido a um acidente em 1925, quando o autocarro onde se encontrava chocou com outro, causando uma fratura pélvica. Frida nunca teve filhos, e foram vários os abortos, devido a essa lesão. Os seus quadros também nos contam essas histórias dolorosas, tal como a sua relação com o muralista Diego Rivera. O grande amor da sua vida foi igualmente trágico e tempestuoso. Ambos tinham relações extraconjugais, mas a maior traição foi quando Diego se envolveu com a irmã mais nova de Frida.
Todos os capítulos da sua vida, incluindo as suas lutas interiores, foram eternizadas nas suas obras que só teriam total reconhecimento até ao final dos anos 70, já depois da sua morte.
Frida Kahlo arrebata-nos pela sua arte e pela resiliência perante tantos obstáculos, tornando-se um símbolo feminista e do movimento LGBTQ (Frida era bissexual) e uma figura incontornável para tantos outros.
Em 1954, a pintora contraiu uma pneumonia que terá sido a causa da sua morte, embora exista a suspeita de suicídio pela sua nota final: “”Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar”.
- Vê a nossa sugestão de filmes feministas, que inclui Frida Kahlo, de 2002, realizado por Julie Taymor.