Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Ana de Castro Osório, nascida em Mangualde a 18 de junho de 1872 e falecida em Setúbal a 23 de março de 1935, foi uma figura incontornável da Cultura e do Pensamento português do século XX. Escritora, jornalista, pedagoga, feminista e ativista republicana, deixou um legado vasto e diversificado, que abrange a literatura infantil, o romance, o ensaio e o jornalismo.
Uma vida dedicada às letras e às causas sociais
Desde cedo, Ana de Castro Osório demonstrou uma paixão pelas letras e um profundo sentido de justiça social. Filha de um bibliófilo e de uma ativista feminista, cresceu num ambiente intelectualmente estimulante, que a incentivou a cultivar a escrita e a envolver-se em causas progressistas.
A sua obra literária, marcada por uma linguagem clara e acessível, aborda temas como a educação, a igualdade de género, a infância e a condição feminina. Além da literatura infantil, que a tornou especialmente conhecida, escreveu romances, contos e ensaios, nos quais defendeu os direitos das mulheres e a importância da educação para todos.
Pioneira do feminismo em Portugal
Em 1905, Ana de Castro Osório publicou “Às Mulheres Portuguesas”, o primeiro manifesto feminista português. Neste texto, a autora defendia a necessidade de as mulheres terem acesso à educação, ao trabalho e aos mesmos direitos que os homens. A publicação deste manifesto marcou um ponto de viragem no movimento feminista português, contribuindo para a consciencialização da sociedade para as desigualdades de género.
A importância da literatura infantil
Ana de Castro Osório foi uma das primeiras autoras portuguesas a dedicar-se à literatura infantil. Através das suas histórias, procurou despertar a curiosidade das crianças, estimular o seu imaginário e transmitir valores como a amizade, a solidariedade e a justiça. As suas obras, como “A Menina dos Olhos Dourados” e “O Menino das Estrelas”, continuam a ser lidas e apreciadas por várias gerações.
Uma editora visionária
Além de escritora, Ana de Castro Osório foi também uma editora visionária. Em 1920, fundou a Editora Lusitânia, através da qual publicou obras de diversos autores, incluindo a primeira edição de “Clepsidra”, de Camilo Pessanha.
A obra de Ana de Castro Osório continua a ser relevante e atual. A sua luta pelos direitos das mulheres, a sua defesa da educação e a sua contribuição para a literatura infantil são um exemplo inspirador. Saiba mais:
- RTP Ensina
- Sibila Publicações
Ana de Castro Osório © Wikipedia