Projeto “52 Mulheres em 2025 – MEV, MulheresEmViagem.pt”. A história de uma mulher, por cada semana do ano. Durante o ano de 2025, o MulheresEmViagem.pt faz uma homenagem a Mulheres de todo o Mundo, de vários países, de várias áreas de formação, que se tornaram referências. Algumas já não estão entre nós, mas muitas outras ainda estão a transformar o nosso mundo, dia após dia, com o seu esforço e trabalho por um mundo mais igualitário! Por um mundo com mais referências femininas, sobretudo em áreas que nos estiveram vedadas durante séculos (milénios, por vezes…).
Uma voz feminina no meio do deserto
Haifaa Al-Mansour, nascida em Al Zulfi, na Arábia Saudita, a 10 de agosto de 1974, é um nome que se destaca no panorama cinematográfico mundial. Como a primeira mulher saudita a dirigir uma longa-metragem, não apenas quebrou barreiras, mas também deu voz a uma geração de mulheres num país onde o cinema era sinónimo de proibição.
Infância e paixão pelo cinema
Filha do poeta Abdul Rahman Mansour, Haifaa cresceu num ambiente intelectual, onde a Arte e a Literatura eram valorizadas. A ausência de cinemas na Arábia Saudita, durante grande parte de sua infância, não a impediu de se apaixonar pelo mundo cinematográfico. Através de vídeos, ela descobriu a magia do Cinema e a força da narrativa visual. Jackie Chan, um dos seus atores favoritos, despertou nela o desejo de criar histórias e personagens que pudessem transcender as fronteiras culturais.
Um caminho desafiador
A decisão de Haifaa de se tornar cineasta num país onde as mulheres enfrentavam diversas restrições sociais foi, no mínimo, ousada. Enfrentou inúmeros desafios, desde a obtenção de permissão para filmar em locais públicos até a resistência de uma sociedade conservadora. No entanto, a sua paixão pelo cinema e a sua determinação sempre a impulsionaram a seguir em frente.
O Sonho de Wadjda e o reconhecimento internacional
Em 2012, Haifaa Al-Mansour lançou a primeira longa-metragem, “O Sonho de Wadjda”. O filme, que conta a história de uma menina saudita que sonha em ter uma bicicleta, causou um grande impacto no mundo do Cinema e na sociedade saudita. “O Sonho de Wadjda” foi o primeiro filme saudita a ser selecionado para o Festival de Cannes e a primeira produção de uma cineasta saudita a ser exibida nos cinemas do seu país.
O sucesso de “O Sonho de Wadjda” abriu portas para Haifaa Al-Mansour, que passou a ser reconhecida internacionalmente como uma das vozes mais importantes do cinema árabe. O filme recebeu inúmeras nomeações e prémios, consolidando a sua posição como uma das cineastas mais promissoras da sua geração.
Um legado de empoderamento
Através dos seus filmes, Haifaa Al-Mansour desafia estereótipos e promove a igualdade de género. As suas personagens femininas são complexas, ambiciosas e determinadas, representando um novo tipo de mulher árabe. A realizadora acredita que o cinema tem o poder de mudar a sociedade e de inspirar as pessoas a sonhar com um futuro melhor.
Além de “O Sonho de Wadjda”
Após o sucesso do seu primeiro filme, Haifaa Al-Mansour continuou a explorar temas relevantes e a desafiar as convenções sociais. Em 2019, lançou “A Candidata Perfeita”, um drama político que aborda questões como a participação das mulheres na vida política saudita. O IMDb de Haifaa. Haifaa Al-Mansour é muito mais do que uma cineasta. Ela é um símbolo de esperança e de empoderamento para milhões de mulheres em todo o Mundo.
